Agregado Leca® facilita a gestão das águas pluviais em projeto de biovaleta em Guimarães

biovala Guimarães

A gestão urbana das águas pluviais é hoje uma questão muito importante, dados os episódios de chuvadas extremas a que assistimos com cada vez mais frequência. Para responder a este fenómeno, a Câmara Municipal de Guimarães adotou uma solução inovadora em Portugal, com argila expandida, para gerir o escoamento de forma racional, sustentável e económica. 

Na cidade de Guimarães, o que seria um projeto destinado a resolver um problema rodoviário, tornou-se numa oportunidade para criar uma “baía verde” que, através de um sistema de vala drenante, abranda, recolhe, infiltra e filtra as águas pluviais. A Leca® foi o material escolhido como solução de retenção e drenagem para aplicação no sistema. 

“Tratava-se de uma área urbana desqualificada com vários problemas”, começa por explicar Eunice Pinto, arquiteta na Câmara Municipal de Guimarães e um dos elementos da equipa responsável pelo projeto. E enumera alguns deles: falta de segurança na circulação pedonal e rodoviária, desordenamento do espaço público, elevado grau de pavimentação, falta de elementos verdes e deficiente drenagem das águas pluviais. 

Mais do que encontrar apenas uma resposta rápida e imediata para requalificar a via e ultrapassar o problema de circulação rodoviária, a equipa quis desenhar uma solução de futuro que tivesse também em vista a perspetiva ambiental. “Partimos da premissa de ‘como podemos intervir no tecido urbano, através do desenho da requalificação do espaço público, tendo em conta a sustentabilidade ambiental’”, continua Eunice Pinto. 

Biovaletas: uma solução ambientalmente responsável  

A solução encontrada foi a criação de um sistema de biovaleta no separador central da via, capaz de recolher as águas das chuvas e as escorrências superficiais, ao mesmo tempo que aumenta o seu tempo de escoamento, evitando inundações. 

As biovaletas mimetizam os sistemas naturais de drenagem e permitem, simultaneamente, reduzir o impacto das águas pluviais no meio circundante e criar zonas verdes urbanas que promovem a biodiversidade. “Tendo em conta todas as variantes existentes no local, a proximidade de uma linha de água, a falta de estruturas verdes e a crescente impermeabilização da envolvente próxima, a solução a adotar foi consciente”, concretiza a arquiteta. 

A argila expandida foi o material selecionado pela equipa para aplicação no leito da vala drenante. Eunice Pinto explica as razões que justificam a escolha: “A Leca®, além da função de filtragem e biofiltragem, ponto importante no projeto dada a proximidade à linha de água, é um material poroso com capacidade de retardar e suavizar o pico de cheia. Diminui assim a probabilidade de inundação urbana e de cheia (ribeirinha), elementos importantes quando se procuram soluções naturais de drenagem de águas pluviais de forma local e sustentável”. 

Ao todo foram utilizados 192 m3 de argila expandida no projeto. Na primeira camada (30 cm) foi aplicada uma mistura de 2/3 terra vegetal com 1/3 de Leca® S. A segunda camada recebeu 60 cm de Leca® L. Foi ainda aplicada uma manta de geotêxtil entre as duas camadas para evitar a mistura entre os elementos. No que respeita à capacidade de retenção, a biovaleta consegue reter 115 m3 de água, o que equivale a 23 mil garrafões de água de 5 litros.  

Colaboração estreita com a Leca®

Ao longo do desenvolvimento do projeto, a equipa contou com o apoio da Leca Portugal e também do Departamento Técnico e de Desenvolvimento da Leca Internacional. “Foi através da Leca Portugal que conseguimos ter mais segurança no projeto e na sua viabilidade na fase inicial de conceção da arquitetura, com exemplos e explicação das diversas estruturas construídas de acordo com princípios de water sensitive urban design”, detalha a arquiteta. “Posteriormente, deram-nos apoio no fornecimento de todos os dados necessários ao cálculo do dimensionamento do perfil por parte da engenharia hidráulica”, completa. 

Tratando-se de uma experiência piloto no município e sendo a conclusão da obra muito recente, a equipa considera importante aguardar algum tempo para avaliar globalmente o sistema e perceber se são necessários ajustes ao conceito idealizado. Acreditam, no entanto, que a escolha de soluções naturais como a Leca® para a gestão urbana das águas pluviais será cada vez mais uma realidade. 

Porquê as biovaletas? 

As biovaletas são sistemas de base natural com inúmeras vantagens face aos sistemas tradicionais de gestão das águas pluviais: 

  • Integram-se facilmente no desenho urbano,
  • Permitem a redução dos custos de construção, já que exigem menos elementos materiais para concretização da obra, 
  • Apresentam elevada capacidade de absorção, suavizando e atrasando o pico de cheia, 
  • Permitem aumentar os espaços verdes e a biodiversidade em meio urbano, 
  • Diminuem o efeito de ilha de calor, 
  • Ajudam a mitigar os efeitos das alterações climáticas, 
  • Promovem a permeabilidade dos solos em meio urbano e o equilíbrio pré e pós-urbanização, 
  • Filtram resíduos e poluentes das escorrências superficiais, 
  • Permitem a redução dos resíduos de obra e geram menos resíduos no fim de vida do sistema. 
     

Informações do projeto


Obra: Reperfilamento de um tramo da N207- 4 com solução de valeta drenante 
Promotor: Câmara Municipal de Guimarães
Construtor: Concurso Público
Equipa de projeto: Eunice Pinto, Arquiteta | Sofia Nogueira, Engenheira (hidráulica) | Reinaldo Cunha, Engenheiro (estabilidade) | Catarina Ribeiro, Engenheira (eletricidade) | Joaquim Sampaio, Medidor Orçamentista.
Produto(s) Leca® aplicados: Leca® S; Leca® L
Quantidade aplicada: 192 m³

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